Uma ritualidade autêntica e significativa – 4ª Parte
4º- A ritualidade cristã vem sendo construída progressivamente à base de alguns núcleos presentes nas comunidades apostólicas e com a contribuição das sucessivas culturas nas quais viveu a Igreja. Para compreender a liturgia cristã é preciso voltar às suas origens, seguir as principais etapas de evolução e analisar os ritos atualmente propostos, perguntando-se qual o significado que contêm e transmitem para a comunidade dos fiéis. Deve ficar claro: o que se realiza ritualmente nas assembléias litúrgicas torna-se significativo na fé, isto é, através de uma participação consciente e de uma adesão pessoal à iniciativa de Deus Pai, que agiu e age em Jesus Cristo por meio do Espírito Santo que anima a Igreja.
Os elementos rituais mais importantes, a Igreja os tomou do mundo bíblico, pelo qual assumem os seus sentidos verdadeiros, em relação às experiências de fé do povo da Antiga e da Nova Aliança. Há também outros elementos assumidos de outras culturas; porém, sempre com o objetivo de significar realidades inerentes à fé cristã. Muitos fiéis e ministros acham estranho o que se desenvolve no presbitério, ao redor do altar. Ao ler a Bíblia, observamos que Deus se utiliza das coisas comuns e das ações mais cotidianas para atuar e comunicar a sua salvação. Assim, seguindo este estilo do agir divino, a Igreja, guiada pelo Espírito Santo para construir a sua liturgia, assumiu algumas ações próprias da cultura humana, tais como: reunir-se e agir comunitariamente, saudar-se e dialogar, cantar e aclamar, ler um texto e interpretá-lo, formular desejo e agradecer, pedir perdão e se dar a paz, preparar a mesa e participar do convívio. Portanto, por intermédio do agir humano, Deus torna essas ações significativas da sua iniciativa que salva (sacramento) e da resposta humana que aceita e corresponde.
A origem humana da ritualidade cristã, assumida pela Igreja para significar ações de Deus.