Hospitalidade na Bíblia
Neste domingo, o episódio de Abraão e aquele de Marta e Maria nos convidam a meditar sobre a hospitalidade, entendida no seu significado amplo, ou seja, como abertura para os outros, na perspectiva de fé, é encontro com Cristo e com Deus.
A Bíblia convida a acolher os hospedes e a tratá-los com amor por causa de Deus. Para Israel, era uma maneira de recordar a própria antiga condição de estrangeiros feitos escravos no Egito; recordava, também, a própria condição de peregrinos sobre a terra.
No episódio de Abraão que acolhe os três hospedes junto ao carvalho de Mambré, temos um exemplo típico daquilo que deverá ser a hospitalidade sagrada, pois o estrangeiro acolhido remete imediatamente ao Outro por excelência, ou seja, ao próprio Deus.
No Novo Testamento, a hospitalidade é vista como expressão da caridade fraterna, aberto e disponível para os outros em todos os momentos e situações. Através do hospede e no hóspede, o próprio Jesus é acolhido ou rejeitado; no peregrino, no necessitado, se reconhece ou se desconhece a sua presença. Em todos as pessoas, somos chamados a acolher e a servir o Senhor.
A tradição viu em Marta e Maria os dois tipos fundamentais de vida, ativa e contemplativa, que, porém, não devem ser divididas e contrapostas; as duas têm a mesma preocupação: acolher bem seu próprio hóspede. Mas Jesus observa que as preocupações materiais prevalecem sobre a conversão. Quebrar esse equilíbrio é um grave erro.
A expectativa o Reino comporta, portanto, uma certa subordinação do acessório ao essencial, e este é sempre dar ouvidos à Palavra, uma escuta que não é só contemplativa, mas exige uma conversão radical da vida.