A Reconciliação

A Reconciliação

Queridos irmãos e irmãs da Paróquia de Nossa Senhora do Brasil!

Através dos sacramentos da iniciação cristã – o batismo, a confirmação, a eucaristia – recebemos a vida nova em Cristo. Ora, todos sabemos que trazemos esta vida nova, pela fé, como num vaso de barro, pois estamos ainda submetidos às tentações, ao sofrimento, à morte; e por causa do pecado, chegamos a perder a nova vida recebida pelo batismo. Por isso, o Senhor Jesus quis que a Igreja continuasse a sua obra de salvação, em particular através do sacramento da Reconciliação. O sacramento da Reconciliação é um sacramento de cura. Quando eu vou me confessar é para me curar, curar a minha alma, curar o meu coração de qualquer coisa que eu fiz que afasta a minha vida de Deus. A passagem bíblica que melhor expressa essa situação é o episódio da cura do paralítico, quando Jesus se revela ao mesmo tempo médico da alma e do corpo: “Que é mais fácil: dizer ao paralítico: os pecados te são perdoados ou dizer: levanta-te, toma o teu leito e anda”?

O sacramento da penitência e da reconciliação foi instituído diretamente por Jesus ressuscitado. De fato, na mesma tarde da Páscoa, Jesus apareceu aos discípulos, fechados no Cenáculo, entrou, e lhes disse: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. Depois dessas palavras, sobrou sobre eles dizendo-lhes: recebei o Espirito Santo. Àqueles a quem perdoardes dos pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,21-23). Esta passagem nos revela a profunda dinâmica contida neste sacramento. O perdão dos pecados não pode ser dado por nós mesmos. Eu não posso dizer: eu perdoo os meus pecados. O perdão se pede, se pede a um outro, e na confissão pedimos perdão a Jesus.

Abraço Jesus

O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas é um dom do Espírito Santo. Para isso, é necessário se reconciliar com Deus e com os irmãos.

Houve um tempo em que a confissão era feita publicamente diante da comunidade. Depois, passou a ser feita de forma reservada. Entretanto, não podemos desconhecer que é na comunidade eclesial que o Espírito Santo atua. Portanto, não basta pedir perdão ao Senhor na própria mente; é preciso confessar humildemente e fielmente os próprios pecados aos ministros da Igreja. O sacerdote não representa somente Deus, mas toda a comunidade, que se reconhece frágil em cada um de seus membros, que acolhe comovida o seu arrependimento, que se reconcilia com ele, acompanhando-o no caminho da conversão e da maturidade cristã.

A propósito, quando foi a sua última confissão? Se já se passou muito tempo, não perca esta oportunidade. É Cristo que está agindo através do ministro. Coragem! Receba o abraço da infinita misericórdia do Pai, à semelhança do filho pródigo da parábola do domingo passado e como no Evangelho de hoje, Ele quer também te dizer:  “ninguém te condenou, eu também não te condeno, vai em paz e não peques mais”.

 

Padre Moraes

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