Uma ritualidade autêntica e significativa – 3ª Parte
3º- As funções sociais das formas rituais perdem o seu objetivo por várias razões, das quais duas nos interessam: o formalismo e a insignificância.
O formalismo: quando o elemento ritual é usado por si mesmo, sem nenhuma participação pessoal, como pura conveniência social, sem viver o seu correspondente significado. É o caso de certos cumprimentos.
A insignificância: quando os elementos rituais usados perderam o seu significado e não dizem mais nada. Estão desgastados tanto que se prefere omiti-los, pois já não conseguem transmitir o que sentimos realmente.
Nós estamos vivendo numa época de transições culturais. Por isso, certos modos formalizados parecem não possuir mais sentido. No entanto, não se conseguiu ainda criar maneiras mais pessoais e adequadas para exprimir tais sentimentos e convenções.
Há quem diga que andamos em direção a uma cultura “informalizada”, na qual a pessoa encontra sempre menos modos socialmente significativos para se comunicar com os outros, condenando-se ao isolamento expressivo e à incomunicabilidade recíproca. Em contraposição, têm surgido formas de reconhecimento e de agregação, linguagens cifradas por grupos de idade, amizade, atividade ou diversão. É só pensar em certas músicas e maneiras de se vestir.
Quem quiser atuar na liturgia, que é entrelaçada de elementos rituais, deverá estar atento aos fenômenos sociais, nos quais os ritos desenvolvem autenticamente a sua função ou perderam a sua significação, a ponto de favorecer tentativas de se criar outros.
Riscos da ritualidade: formalismo e insignificância.