A Bênção
Querida Família de Nossa Senhora do Brasil,
Lembro-me de como era comum em minha casa, como em outras, pedir a bênção dos pais ao deitar e ao sair. Era uma expressão não só de afeto, como também da invocação da proteção de Deus.
A propósito, guardo em minha memória o efeito que o gesto de tomar a bênção operou na movimentada rua do Ouvidor, certa vez, ao meio-dia. O meu irmão, ao encontrar-se com nossa mãe, inclinou-se para beijar-lhe a mão, pedindo-lhe a bênção. A naturalidade com que o gesto foi feito, expandiu-se como uma luz do sagrado no corre-corre da vida do movimentado centro da Cidade.
Parece-me que, o bom hábito de tomar a bênção aos padres reaparece e se amplia pouco a pouco. Eu mesmo, advindo das décadas de implantação da secularização, a princípio fiquei surpreso, ao ser cumprimentado com o pedido de bênção em encontros públicos e comuns. A simplicidade do gesto expressa afeto religioso e torna-se um “flash” da luz do sagrado em plena cotidianidade.
Numa época em que pretendem abolir os nossos símbolos religiosos dos lugares públicos, renovemos a nossa consciência de que nós somos símbolos vivos do sagrado, templos do Espírito Santo e instrumentos das bênçãos de Deus em todos os recantos.
“Deus te abençoe e te guarde! Faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! Volte para ti o seu rosto e te dê a paz”! (Nm 6,24-26). Amém.