Religiosidade de consumo
Querida Família de Nossa Senhora do Brasil,
Hoje em dia, a vida humana atravessa mudanças profundas. Diante da sensação de incertezas e riscos em que vivemos, a reação mais simples é a busca do imediato, da satisfação aqui e agora. A sociedade de consumo dá a impressão de que cada um pode comprar o que quiser para a busca da felicidade, da realização pessoal, da satisfação do indivíduo.
Esta atmosfera utilitarista tem levado a uma inversão do sentido da experiência religiosa. A religião deixa de ser pensada e vivida como um serviço a Deus, uma obediência na fé, uma forma de adoração e entrega ao Criador. Torna-se busca de utilidade para o indivíduo, seja um sentido para a vida, paz interior, terapia ou cura dos males físicos ou psíquicos, sucesso nos negócios ou no amor. É a chamada teologia da prosperidade. Neste contexto, a religião é intensa e difusamente procurada, inclusive na mídia, reduzindo-a, não raro, a um espetáculo. Tomemos cuidado para não substituir Deus pela magia das soluções mercantilizadas e nos tornarmos verdadeiros idólatras. Que Deus nos livre dessa tentação. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.