Conversando sobre a Missa 2
Cônego Antonio José de Moraes
Em tudo o que nós fazemos há uma motivação razoável para nós. Assim também acontece com a Santa Missa. Por isso, em nossa conversa (1), procuramos suscitar algumas delas. Isto, parece-me importante, como ponto de partida, não só para considerar as suas expectativas, como também, tecer nossa reflexão sobre algumas dessas realidades que interferem, subjetivamente, em nosso entendimento da Celebração Eucarística. É como dizer: “eu vou à Missa, porque…”. O “porque”, em certo sentido, exprime a minha compreensão da Missa.
Você sabe que a Eucaristia é o centro da Celebração da Fé da Igreja, da qual somos todos filhos e filhas pelo batismo. É natural que a experimentemos segundo a nossa educação, modo de ser, momento atual, ambiente, tendências, etc., pois estamos inseridos numa época com seu modo próprio de conceber a vida, a realidade e o sentido da existência.
Podemos afirmar, então, que para a celebração da Missa convergem todas as expectativas teológicas, pastorais, devocionais, emocionais da atualidade. Basta um simples olhar pela história da sua celebração para constatar essa condição. Por isso ela deve estar sempre se purificando de percepções parciais ou estranhas à sua razão de ser e, em consequência, se renovando, isto é, se despindo de tudo o que está obstaculizando a sua essencialidade. É o que o Concílio chama de “simplificar”, ou seja, livrar a TRADIÇÃO das tradições que a obscurecem, que levam a considerar o acidental como essencial.
Peço a paciência do leitor interessado. Esta contextualização me parece importante, não só para nos situar na celebração como também para expor a nossa reflexão. Uma coisa é o que eu penso e espero que a Missa celebre; outra coisa é o que ela celebra.
Em nossa próxima conversa, daremos sequência a essa abordagem.
Até breve e que Deus o/a abençoe.