2º Encontro – Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra
2º Encontro – Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra
A ideia de um deus que é pai já era conhecida nas religiões antigas. Por essa razão, o Antigo Testamento evita falar em Deus Pai, já que esta mensagem poderia dificultar a compreensão do monoteísmo, essencial na história do povo de Israel. Isto porque, em muitas religiões pagãs, a divindade designada com o nome de “pai” era considerada como “pai dos deuses e dos homens”.
A compreensão de Deus Pastor desenvolvida no Antigo Testamento é uma ideia próxima de Pai.
Quem definitivamente começou a apresentar Deus como Pai, foi Jesus Cristo, no Novo Testamento. Ele nos revelou que Deus não é somente criador, mas eternamente Pai em relação a seu Filho único.
Nosso Catecismo da Igreja Católica lembra que Jesus anuncia o envio do Espírito Santo, um “outro Paráclito”. O Espírito Santo é assim revelado como uma outra Pessoa divina em relação a Jesus e o Pai.
- A fé trinitária
A verdade revelada da Santíssima Trindade, um só Deus em três pessoas distintas, está na raiz da fé cristã. Os Apóstolos já se encontram diante da ideia de Pai, Filho e Espírito Santo.
A consciência de um Deus Trinitário, desde o começo, está presente na liturgia batismal, na pregação, na catequese e na oração da Igreja.
A doutrina da Igreja é muito clara: as pessoas divinas são realmente distintas entre si. Deus é único, é um só, mas não solitário. É comunidade de Pai, Filho e Espírito Santo.
- Deus Pai, todo-poderoso
Entre os múltiplos atributos de Deus Pai, o Credo insiste em afirmar claramente a onipotência criadora de Deus. Parte-se do consenso: Deus para ser Deus, tem que ser todo-poderoso, ou seja, não é admissível um Deus sem poder; se não é todo-poderoso, então não é Deus.
“Deus todo-poderoso” é uma expressão que evoca, ao mesmo tempo, a familiaridade do Pai que nos ama e o sumo poder do Senhor do universo, nela se unem o amor absoluto e o poder absoluto.
É um poder que se manifesta na criação, no amor, no perdão, na aliança com os homens. É um poder absoluto, que se expressa como amor e doação.
Enquanto infinitamente poderoso, Deus é único. Mas enquanto infinito amor, Deus é Trindade, é Pai e nosso Criador.
A afirmação do poder de Deus é absolutamente essencial para a compreensão da ideia de “criador da terra e do céu”.
- Deus, criador da terra e do céu
A catequese sobre a criação é extremamente importante, porque explicita a resposta da fé cristã às perguntas elementares: Donde viemos? Para onde vamos? Qual é a nossa origem? Qual é a nossa meta? Donde vem e para onde vai tudo o que existe?
Ter respostas claras para essas perguntas é fundamental para a fé cristã. No momento em que afirmamos crer que “Deus Pai todo-poderoso é criador da terra e do céu”, estamos em condições de responder a todas as questões referentes à origem de todas as coisas.
Cremos que na origem de tudo está a ação de um Deus criador, com sua participação e intervenção. Não se está negando a evolução nem a época e o momento em que tudo isso aconteceu, mas está se afirmando que Deus criou, isto é, interveio. E tudo passou a existir graças a esta ação criadora de um Deus todo-poderoso. Nada aconteceu por acaso.
Nesta afirmação de nossa fé num Deus que criou a terra e o céu, estamos sustentando que a ação criadora de Deus não se limita ao mundo visível, físico e corpóreo.
O homem, além de seu corpo, tem também uma alma invisível e espiritual. A terra compreende os seres visíveis e palpáveis, mas também uma força interior, invisível aos olhos humanos, mas perceptível nas suas manifestações: a vida, o crescimento, a transformação dos seres, o nascimento e a morte, a energia.
Tudo o que existe deve sua existência ao Deus criador. Na obra da criação estão incluídos os seres visíveis e os invisíveis, os da terra e os do céu.
As criaturas de Deus
A bondade das criaturas de Deus, segundo o Catecismo da Igreja Católica, se apresenta de três modos:
- Interdependência das criaturas – os astros, as plantas, os animais e todas as criaturas não se bastam por si mesmas, ou seja, só existem em dependência recíproca, para se completarem mutuamente e estarem a serviço umas das outras.
- A beleza do universo – a ordem e a harmonia do mundo criado resultam da diversidade dos seres e das relações que existem entre eles. A beleza da criação reflete a infinita beleza do criador.
- A hierarquia das criaturas – esta vem expressa pela ordem do mundo criado, que vai do menos perfeito ao mais perfeito. O homem é o ápice da criação, a criatura mais perfeita: “Façamos o homem a nossa imagem e semelhança”. Deus ama a todas as suas criaturas e cuida de cada uma delas. Tudo isso nós afirmamos ao proclamar o primeiro artigo de nossa fé: “Creio em Deus Pai Todo-poderoso, criador do céu e da terra”.
Para responder em grupo:
- Por que o Antigo Testamento não fala em Deus Pai?
- Nas religiões pagãs, o que significava dizer que deus é pai?
- Quem nos revelou Deus como Pai?
- O que significa dizer que Deus é criador do céu e da terra?
- Como é que o Catecismo descreve o fato de o mundo ter sido criado bom?